Noites de Luar IV

domingo, 8 de novembro de 2009
Acordo, meu peito dói. Sede... aquele maldito quase me alejou. Meus poderes não se manifestam... Preciso de sangue... Saiu da casa velha que me serve de abrigo... Não tenho tempo de me arrumar... Preciso agora! Não convém caçar tão perto de casa, certamente terei que arranjar outro lar. Lar, quanto tempo não uso essa palavra...
A presa perfeita, um estuprador conduzindo sua vitima para um beco escuro. Nesses cantos da cidade a vida é assim, eles comandam, a lei é cega. Melhor para mim. Com minha velocidade vampirica me ponho atrás do infeliz casal. Ele nada percebe, ocupado em rasgar as roupas de sua vitima. Eu é quem vou rasgar algo essa noite. Caninos prontos. Ela para de se contorcer, percebeu um perigo maior. Esmago a garganta do idiota com uma das mãos. Não há gritos. Sangue ruim, fraco, anêmico, contaminado por cocaína. Felizmente havia bastante adrenalina ali.
Ela me olha petrificada. Um riso louco nos lábios. Sabe que vai morrer. Aproximo-me, nada faz. Um sangue estranho, quase que ofertado. O gosto é péssimo, mas sorvo até seu peito parar de bater. Ela aceitou seu destino.
A dor para, estou perfeita novamente. Contudo a sede não passa. Será minha ultima noite aqui. Vou me vingar de todos, por que só quero e me vingar dele. Aquele maldito humano. Volto a minha toca. A caçadora esta de volta. Visto meu melhor vestido. Um vermelho intenso, refaço minhas unhas, acerto meus cabelos. Saio para a rua. Preciso achá-lo, mas primeiro terei minha despedida.
O barraco arde em chamas. Não deixo rastros... Caminho em direção a uma festa ali perto. Um baile de quinta. O ambiente é podre, corpos seminus rebolando num palco improvisado, um merda gritando letras proibidas. Provavelmente um aniversário, cinqüenta e poucas pessoas, digo vítimas... Varro o salão com meu olhar, duas saídas, janelas no alto, controle central de luz. Muitos estão armados. È uma comemoração, o alto comando fez um bom negocio. Um cano frio em minha nuca. Certamente a princesinha delicada não deveria estar aqui:
-Tá afim de confusão, garotinha?
- Só vim me diverti um pouco...
- A festa é só parar vipp, vai dando o fora, senão vai ser pior...
Uma mão suja apalpa meu seio. Humanos, basta uma arma e se sentem valentes. Esmago suas bolas com um aperto. Uma bala entra no meu crânio. Confusão geral, armas são engatilhadas. Um outro disparo. Corro para as portas e inutilizo cada uma. A bala já esta no chão e minha cabeça curada. Sangue precioso. Os tiros saem em serie. Alguns tentam arrombar a porta. Com um soco destruo a caixa de força. Trevas... mas não para mim. As balas voam e eu me permito uma gargalhada negra. O medo se espalha. Finco minhas garras num pescoço mais próximo. Pego duas armas no chão, atiro ao acaso. Um, dois... dez. ossos quebrados, carnes rasgadas e sangue brotando. Doce aroma... ninguém sobreviveu...
A sede de vingança continua, mas amanhã ela acabara... lambo os caninos e parto em busca de um novo lar...


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