Não nasci para isso... mulheres, nunca vou entende-las. Ontem mesmo. Foi numa boate. Não que eu goste muito desses ambientes, mas uns amigos me chamaram... a musica tava uma merda e eu como sempre deslocado. Foi então que eu a vi. Uma garota pálida, baixinha (para meus padrões...) e muito bonita. Ela me olhou de um jeito estranho e foi logo se aproximando. Quando dei por mim estávamos numa rua deserta nos agarrando. Foi bom, tava tudo perfeito, mas aí eu lembrei Dela. Larguei seu pescoço e deixei ela brincar um pouco. Primeiro foram seus lábios, gelados, depois seus caninos. Havia algo errado, senti um vento gelado. Minha intuição me falando se fudeu. Só podia ser coisa da minha cabeça, mas resolvi não arriscar. Convidei para uma pizza.
No caminho fiz questão de passar por uma igreja, nada aconteceu. Devia estar mesmo neurótico. Sentamos, conversamos um bom tempo. Ela parecia ser legal. Pedi uma pizza com bastante alho, um último teste. Seus caninos eram realmente longos, a pele branca e fria, coincidências demais. Eu que sempre gostei de historias de vampiro não seria uma presa tão fácil. Mal colocou um pedaço na boca e já estava se contorcendo. Era uma vampira. Caralho vampiros existem. Dei um último beijo e sai correndo. Não sem antes pagar a conta...
Voltava pra casa pensando no meu azar (ou sorte?) e no fato dos vampiros realmente existirem. E se houverem mais?... Só sei é que ao tenho sorte com as mulheres. Andava pensante quando fui arremessado no chão pro uma louca. Ela estava muito perturbada. Parecia estar fugindo de algum tarado. Segurei-a até se acalmar e depois segui meu rumo.
O Sino... nova aula... Ela ali tão perto, tão perfeita e eu escrevendo merda. Quem sabe se eu tentar de novo...
- Esta escrevendo o que?
- Nada importante, só decidi ir adiantando minha autobiografia.
- Deixa de ser bobo.
Era a Ti, me tomando a folha. Lia e ria longamente.
- Vampira! Você deve ter enchido a cara, isso sim. Devia parar de ficar imaginando e partir para o real...
- Não é mentira, aconteceu mesmo. Ela quase me mordeu.
- Sei... você tem problema... ficou com alguém pelo menos?
- Com a vampira.
- Vampira, comendo alho? Você realmente devia parar de beber.
- Chata.
- Não entendo porque você não tenta algo real. Não consegue perceber o que sentem as pessoas ao seu redor?
-Você acha mesmo que tenho uma chance?
- Mas é claro! Um convite basta...
- Vou convida-La para sair. Mesmo que ela diga não de novo.
- Idiota!!- recebo um tapa e Ti volta para sua cadeira visivelmente enraivecida. Mulheres...
Oh minha deusa, dei-me força,faça com que eu encontre o amor, que eu seja feliz e que tenha coragem de lutar por Ela, se eu for digno... Vou convidá-La. Talvez depois, Ela é tão perfeita, porque ia olhar para esse simples mortal?
Mais um sino, uma aula a menos. Ela arruma os cabelos atrás da orelha, que linda orelha... olho pela janela, um pombo preto num prédio. Oi pombo, penso comigo... olho um grafite no chão. Oi grafite. Monotonia. Volto a olhar a janela. Caralho, que pombo dos infernos, foi voar, bateu no nada e explodiu. Porra o pombo explodiu, sumiu numa fumaça negra. Como assim? Essa cidade esta doida, vampiros, pombos-bomba, o que mais falta? A Ti não vai acreditar. Vou até o banheiro, lavo o rosto, só pode ser o sono, devia ter dormido mais.
Quando saio, outro susto. Parada na porta do banheiro, me encarando e fazendo bola com um chiclete vermelho esta uma garota divina. Não deve ter mais de um metro e sessenta, mas seus cabelos vermelho fogo, seus lábios pintados da mesma cor, seu corpo totalmente esculpido e seus intensos olhos me dão a certeza de que ela não pode ser humana. Fico preso no seu olhar. Um sorriso em seus lábios, esta claramente se divertindo com meu espanto. Me joga uma moeda:
- Se cuida lindinho, não quero te levar ainda.
Me atrapalho para pegar a moeda, que cai no chão. No instante que desvio o olhar para pega-la escuto um estalo de chiclete sendo estourado. A garota não esta mais ali, sumiu simplesmente. Mais essa agora...
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Há 9 anos
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