Contos para lhe Esquecer- Mil Rosas

quarta-feira, 25 de novembro de 2009
ele não era ninguém, muita barba, pouco cabelo, um velho perdido no mar. As vagas guiavam sua caravela, os sete mares navegou, os sete pecados provou. Sozinho no leme o louco vaga nas vagas, cem anos no mar, a morte esqueceu-se de procurá-lo. Quem ama não morre, apenas vaga em meio ao mar. Nunca parou em porto algum, por cem anos seus pés só conheceram a madeira gasta de sua irmã de missão. Vieram as tempestades e as mulheres, só duraram uma noite. A caravela nunca falhou, seu corpo oco se manteve sobre o lenço infinito. ele nunca mais amou, seu corpo oco se manteve sob o lenço infinito. Em seu peito não havia mais um coração, oferenda a Ela. Em seu leito vieram putas e damas. Vinho e pão nunca faltaram, assim como os corpos quentes. Não amou nada. Só amou Ela.
um jovem que ousou amar. Ela era divina, voz, pele, olhos. A deusa desse pobre louco. Mil juras feitas, mil lagrimas derramadas. Nada A tocou, tão divina que nunca amou. Era noite de luar, nesses dias sempre há luar, ele à Seus pés suplicando um simples olhar. Cercando casal mil rosas vermelhas, havia no chão. A profecia foi feita, quando as mil rosas e o apaixonado estivessem sob Seus pés novamente, Ela seria dele. O vento soprou carregando as mil rosas para o mar, o mar carregou as mil rosas para o infinito e Ela destruiu seu coração. Ela sorria diante do impossível, mas a Lua é mãe, protege seu filho. O mar abriu, o antigo esqueleto voltou do fundo após 500 anos, a ultima caravela a vagar pelo mar pertencia a ele
ele entrou no gigante renascido e buscou por todo o universo. Cada dia, cada rosa uma vitoria. Uma, duas, três, quatrocentas, novecentas e mil. Voltava finalmente ao porto onde começou sua missão. A jornada foi longa, morreram serpentes e sereia. O Kraiken caiu perante o poder de seu amor, Leviatã, guardião da ultima rosa, não mais existe. O mar, infinito, estava livre de seus monstros. A caravela parou, ele desceu. A Lua brilhava novamente e o vento retirava as rosas em direção a Seus pés. ele parou, tocou sua irmã, a caravela se desmontou, voltou ao fundo esperando um novo apaixonado. Obrigado, ele disse por fim.
Ela não mudou, o tempo não ousou tocá-la, sorria em Sua gloria. ele caminhou, as mil rosas no chão, pensava em sua jornada, os medos e alegrias, sua vida. Ela sorria, ele parou, se abaixou, finalmente, pegou uma rosa, Beijo-A em Sua face e foi embora.
A rosa morreu, as rosas morreram, Ela agora é ela e a Lua gargalhou. Ele foi jogar vídeo game, depois saiu para comer um hambúrguer, encontrou na mesa ao lado seu novo amor. O casal viveu feliz...

1 comentários:

Jessie disse...

Ela, Ele e o silencio oportuno como a melhor das companhias.

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